"Parece que estou com um vazio no peito...
Não sou perfeita, às vezes descuido.
É hora de me encher de mim!"
Quem de nós já não sentiu alguma vez na vida essa sensação de vazio no peito? Geralmente pensamos que é falta de alguém. Mas, é mesmo. E esse alguém chama-se "nós mesmos". Preocupamo-nos tanto em satisfazer os anseios de nossa mente (cabeça) que esquecemos os de nossa alma (coração). Quem "precisa" de outrem é a cabeça e não o coração. Quando aprendermos a entender os desejos verdadeiros do nosso coração, saberemos que ele apenas quer estar pleno, completo e repleto de si. Ele não quer ser doado, mas nossa mente adora doá-lo a outras pessoas. Então, quando o doamos e não temos o retorno, sentimos um vazio no peito. Pior é quando deixamos que a outra pessoa o leve embora. Na verdade, quando alguém vai embora de nossa vida, não está nem aí para nosso coração. Essa pessoa não o leva. Nós é que o enviamos junto, disfarçado como um forasteiro e muitas vezes, o outro nem o percebe. E se ele quer voltar, não deixamos. Preferimos muitas vezes a dor do vazio do que nos preencher de nós mesmos.
Não pensem que sou contra o amor. Apenas acho que as pessoas devem amar com aquele amor que se entrega, enquanto isso faz bem a elas. Mas essa entrega, não pode ser de si. Entrega-se amor, carinho, companheirismo, sinceridade, cumplicidade, etc. Mas, o coração, não. O coração é nosso e não deve sair de seu lugar. Ele tem que ser diariamente nutrido e amado para cumprir o seu papel. Somente nós mesmos temos condições de amá-lo sempre, em todos os dias de nossas vidas.. até o último! Assim, mesmo que venham as perdas, teremos forças para superá-las. Algumas lágrimas podem vir também, sem problemas, até podem fazer bem, mas o vazio no peito, não. É muito cruel com a gente mesmo. Ninguém merece.
Sueli Benko
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